Mamografia ou ultrassom de mama?


13 de janeiro de 2020

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Mamografia ou ultrassom de mama? Quando a mamografia é a melhor indicação? E quando é necessário o ultrassom de mama? O Dr. Luis Mario Labadessa, responsável pela área de mamografia da Documenta, esclarece essas dúvidas e revela dados importantes sobre câncer de mama.

Quando a mamografia é indicada?

Dr. Luiz Mario Labadessa - A mamografia é o principal exame para rastreamento do câncer de mama. Seu objetivo é a detecção precoce da doença. Quando laudamos uma mamografia procuramos por nódulos, microcalcificações, distorções da arquitetura mamária ou áreas densas assimétricas. Todos estes sinais podem indicar a presença de uma neoplasia maligna. Embora outras doenças como inflamações e cistos também sejam diagnosticados, nossa grande preocupação é com o câncer. Já que não existe como prevenir seu aparecimento, é muito importante diagnosticá-lo em fases iniciais quando os resultados do tratamento são melhores.

-Quando a indicação é o ultrassom de mama?

Dr. Luiz Mario Labadessa- O ultrassom é indicado principalmente em duas situações:
1) Para pacientes com mamas radiologicamente densas (por exemplo, em pacientes jovens) nas quais a quantidade de tecido fibroglandular pode obscurecer nódulos ou outras alterações e como complemento da mamografia. Nesse caso, ao se diagnosticar mamograficamente assimetrias de densidade e determinados tipos de nódulos pode ser necessário um ultrassom. É importante que se determine se um nódulo é sólido ou cístico. Cistos simples são quase sempre benignos enquanto nódulos sólidos podem ser benignos ou malignos. Existem ainda outras situações específicas nas quais o ultrassom pode ser a melhor escolha.

Quando é aconselhável fazer os dois tipos de exame? E a partir de que idade é aconselhável a mamografia e a complementação com ultrassom?

-Dr. Luiz Mario Labadessa - Conforme expliquei acima, pacientes jovens costumam ter mamas densas e, portanto, geralmente se beneficiam mais com o ultrassom do que com a mamografia. Atualmente, aconselhamos o ultrassom em jovens que têm alguma alteração ao exame clínico (geralmente nodulação palpável). Após os 35 anos o exame de escolha para avaliação inicial é a mamografia com posterior ultrassom se houver alguma alteração que precise de complementação em sua avaliação. O Colégio Americano de Radiologia e a Associação Médica Americana têm indicado realização de mamografia de rastreamento anual a partir dos 35 anos. Em outros países a avaliação começa aos 40 anos.

Qual incidência atual de câncer de mama?

Dr. Luiz Mario Labadessa - Desde a década de 1960 a incidência só tem aumentado, tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70, registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência. Porém, países que adotaram o rastreamento de toda a população com mamografia anual têm obtido uma redução na taxa de mortalidade por este câncer. Para o ano de 2018 estima-se que, cerca de 1,5 milhão de casos novos surgirão no mundo, aproximadamente 59.700 no Brasil. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a taxa de incidência estimada anual é de cerca de 95 casos novos para cada 100.000 mulheres. O autoexame (palpação da mama pela própria paciente), embora possa detectar alterações, não é indicado como estratégia isolada de detecção do câncer de mama porque tem baixa sensibilidade e não deve substituir a realização da mamografia de rotina. O site do INCA (Instituto Nacional do Câncer) sempre traz novas informações sobre câncer de mama.



Quais os principais cuidados com a mama?

Dr. Luiz Mario Labadessa -Como regra geral recomenda-se o autoexame mensal, geralmente logo após o fim do período menstrual quando as mamas são menos dolorosas; consulta ginecológica, ao menos uma vez por ano ou sempre que houver algum sintoma mamário e a realização de mamografia anual a partir dos 35 anos

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